El blog de João Tomaz Parreira (49)

A Casa de Bernarda Alba







“- A Madalena desmaiou. - É a que fica mais só”

Garcia Lorca




A tristeza de habitar

entre mulheres sozinhas

com sinos

dentro da cabeça



Olhares perdidos nos tectos

entre os ângulos das sancas

e o frio

solitário das paredes

as mulheres no escuro

dos vestidos



Com a saudade

que tem retratos nas mesas

e velhos poetas espessos

nas… Continuar

Añadido por João Tomaz Parreira el octubre 14, 2009 a las 3:48pm — No hay comentarios

O Último Inverno de Sylvia Plath

Sylvia Plath em 1952





Após longo assédio

do inverno, ajustou contas com a lua

arrumou a perfeição

dos símbolos nos poemas, do corpo

e das toalhas

molhadas que vedaram a porta e as janelas



O quarto das crianças seria uma redoma

conservando a infância



Descansada quanto às lides da casa

soçobrava

a cabeça no interior do forno

com o gás ligado

compôs a fria… Continuar

Añadido por João Tomaz Parreira el octubre 10, 2009 a las 7:13pm — No hay comentarios

A cova comum de Alfacar / la fosa común de Alfacar



Que não se removam os restos do poeta

os ossos de Lorca

serão os nossos ossos



Nem os ossos

que Franco escondeu ao mundo

podem penetrar hoje

os recessos da luz



Deixem que repousem no chão

granadino

enganando os relógios

deitados na terra num branco silêncio



Não há mármores, nem palavras

nem metáforas que possam

subir da argila

que ainda bate nas… Continuar

Añadido por João Tomaz Parreira el octubre 6, 2009 a las 5:00pm — No hay comentarios

Haiku




Flutua sonoro
o seu cabelo na rua
sobre tacões altos.


João Tomaz Parreira

Añadido por João Tomaz Parreira el octubre 6, 2009 a las 6:28am — No hay comentarios

Poesia sobre Conversação/ Poesía sobre Conversación



a partir da peça «Paisagem», de Harold Pinter



Gostava de estar ao pé do mar.

É ali, diz ela-

O cão foi-se. Não te disse, disse ele.-

Areia nos braços dele, disse ela-

Voavam por ali, numa agitação, disse ele-

Na cozinha

da casa de campo, sentados

ambos, afastam-se

o mais possível

até ao fim da tarde,

as frases.



João Tomaz… Continuar

Añadido por João Tomaz Parreira el octubre 5, 2009 a las 9:19am — No hay comentarios

El Tren / O Comboio


Os viajantes falam e a conversa
rola ao ritmo dos carris
Contam vidas
Oferecem olhares
e sandes para o lado
Pode até surgir o amor
numa carruagem de comboio
Há tantos segredos tão próximos
O movimento provoca
coincidências com outros corpos.

João Tomaz Parreira

Añadido por João Tomaz Parreira el octubre 4, 2009 a las 2:02pm — No hay comentarios

Esplendore a Parigi-Orly



Il taxi correva nelle strade, un fiume in piena, chi a piedi, chi in auto, di fretta, evitava gli argini, in lotta contro il tempo, tutti gli orologi contro il suo. Arrivarono a Parigi Orly.

Ancora in tempo per quel fuoco dentro,amaro il caffè, come un falò in un campo di sogni. Quando una voce chiamò per l’ultima volta i viaggiatori, addii e baci morirono sulle labbra, ricordarono sempre la mezza luna finale prima di diventare… Continuar

Añadido por João Tomaz Parreira el octubre 2, 2009 a las 1:58pm — No hay comentarios

Desfile de Haute Couture


O corpo está zangado
com o mundo

Ossos, pernas
sob a transparência do vestido
o corpo desmorona-se
perante o nosso olhar

passeiam luzes nos olhos
nos cabelos, o esplendor
dos nervos
submetidos no limite.

21/9/2009

João Tomaz Parreira

Añadido por João Tomaz Parreira el septiembre 21, 2009 a las 4:02pm — No hay comentarios

Poesia Visual/Os guarda-chuvas


Poema de João Tomaz Parreira

Añadido por João Tomaz Parreira el septiembre 20, 2009 a las 7:30am — No hay comentarios

Museo del Prado



Para ver Las Meninas dobramos

as esquinas, atravessamos os séculos

e o silêncio pendurado

nas paredes do museu do Prado.

Cruzamo-nos com olhos

e os corpos que vão obedientes

atrás dos pensamentos,

cruzamos quadros com os nossos olhos

como Abraão sem nenhuma aritmética

diante das estrelas,

estamos nus sob o frio de mármore

do museu do Prado.

O nosso coração dá o alarme,

todos os… Continuar

Añadido por João Tomaz Parreira el septiembre 15, 2009 a las 4:00pm — No hay comentarios

Esplendor em Paris-Orly





O táxi corria contra o caudal

das ruas, um rio volumoso

saltando das margens, peões

carros febris, todos

os relógios contra o seu.



Chegaram ao Paris Orly. Ainda

com tempo para um fogo

interior, amargo

de um café, como fogueira

no centro de um campo de sonhos.



Quando a última voz chamou

os viajantes para o voo, o adeus

e os beijos morreram nos lábios

e lembram-se… Continuar

Añadido por João Tomaz Parreira el septiembre 14, 2009 a las 6:53am — No hay comentarios

HAIKU


1.
A Serra da Estrela-
no inverno dorme cedo
sob alvo lençol.

2.
Moinhos no céu.
Um Quixote vai partindo
uma a uma as nuvens.


João Tomaz Parreira

Añadido por João Tomaz Parreira el septiembre 10, 2009 a las 7:29am — No hay comentarios

Gato verde para o poeta


Gato verde para o poeta
cuja cabeça
sobre os ombros
contraria a lei da gravidade

O poeta desafia
seu fato azul de funcionário
das estrelas

começa a pairar
na sua cabeça
um sonho

está nos seus olhos
a insónia
da chávena de café.

João Tomaz Parreira

Añadido por João Tomaz Parreira el septiembre 7, 2009 a las 2:07pm — No hay comentarios

Uma casa em frente do oceano



Numa casa em frente do mar

a fazer

e a desfazer névoas



Com gaivotas

sopradas desde as rochas



Uma casa com um quintal

debruçado para o coração

do oceano

onde um grito, que saia

pela noite, um grito

repercuta

todos os silêncios

que guardei



Pouca coisa poria numa casa assim

defronte do mar

para fazer

e desfazer os… Continuar

Añadido por João Tomaz Parreira el septiembre 5, 2009 a las 1:26pm — No hay comentarios

Cremação/Cremación


Tinha pedido que o cremassem
Necessitava de acção
Rompeu assim pelo aquecimento
Global e depois entrou
Na atmosfera, num buraco
Do ozono, busquem-no
Em todos os boletins
Meteorológicos.

João Tomaz Parreira

Añadido por João Tomaz Parreira el septiembre 1, 2009 a las 10:52am — 1 comentario

Truman Capote: Um dia a maldade veio ao encontro



Um dia a maldade veio ao seu encontro

quando segurava um dry martini

a maldade existe no fundo

da beleza

Depois de em Taormina

extasiar-se entre gerânios

e de ver Roma a acender-se

em vestidos de noite e neve

em Saint-Moritz, a nudez do azul de Capri

e turvas almofadas em Tânger

para reclinar a dança do álcool

na cabeça, até um dia

o Times de Nova Iorque lhe trazer

o sangue fresco… Continuar

Añadido por João Tomaz Parreira el agosto 24, 2009 a las 8:04am — No hay comentarios

Desdobramentos da Arca de Fernando Pessoa



Fernando Pessoa não só se desdobrou, diria intratextualizou em poetas, com os heterónimos, como se desdobrou também tanto quanto se sabe em leituras várias. Numa designada lista bibliográfica -livros citados ou detidos pelo Poeta- ficamos a saber desse pormenor. António Pina Coelho que estuda e divulga os livros lidos pelo Poeta em Os Fundamentos Filosóficos de Obra de Fernando Pessoa*, introduz-nos nesse universo.

Sabe-se, portanto, que… Continuar

Añadido por João Tomaz Parreira el agosto 23, 2009 a las 4:09pm — 1 comentario

O Jardineiro de Alice no País das Maravilhas


Os teus dedos são longos
pássaros
que recorrem o caule
os teus dedos
largos
enxames de abelhas
sorvendo o mel.


João Tomaz Parreira

Añadido por João Tomaz Parreira el agosto 23, 2009 a las 9:15am — 1 comentario

Memória descritiva das sereias/ sirenas



A sereia monta o cavalo das águas

fica sentada

a abrir os olhos dos que passam



Pendura as suas liras

nos ramos do mar

na água intacta



Na arquitectura dos sonhos

dos homens

as sereias são tristes, em grupo

gemem, partem os ouvidos

de Ulisses



As sereias têm grossas escamas

como os vulcões.



João Tomaz… Continuar

Añadido por João Tomaz Parreira el agosto 19, 2009 a las 10:36am — No hay comentarios

Nécrologie



Van Gogh morreu no outro dia
um tiro
em Auvers estoirou a luz
ondulante das searas, um tiro
na cabeça de Van Gogh
as asas dos corvos
espantaram o azul.

João Tomaz Parreira

Añadido por João Tomaz Parreira el agosto 16, 2009 a las 11:42am — No hay comentarios

Libros – Editores

Creatividad Internacional es una red abierta, sin fines de lucro, donde no se tiene que registrar para ver su información y colaboraciones, hay +6,000 Foros de Discusiones sobre grandes escritores y cineastas; actualización diaria de noticias literarias y cinematográficas y +18,000 blogs con creaciones literarias de gran talento. 

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La niña del zapato roto, de Griselda Roja

La niña del zapato roto

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El silencio de los 12

Ismael Lorenzo

'El silencio de los 12', narra las historias, en sus propias voces, de mujeres agredidas sexualmente, sus consecuencias y secuelas de estos abusos. Desde el Líbano hasta España, desde Francia hasta Italia

El silencio de los 12

Nueva edición revisada

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'Matías Pérez baila la Macarena

Ismael Lorenzo

La Pentalogía de los 'Matías Pérez', iniciada  hace un par de décadas: 'Matías Pérez entre los locos', 'Matías Pérez regresa a casa', 'Matías Pérez en los días de invierno', 'Matías Pérez de viaje por el Caribe', y 'Matías Pérez baila la Macarena'.  Disponibles en las Amazon.

MATIAS PEREZ BAILA LA MACARENA

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Amigos en Tiempos Difíciles'

Ismael Lorenzo

En este libro recién publicado 'Amigos en Tiempos Difíciles', Ismael Lorenzo describe las vicisitudes y pérdidas sufridas por la estafa que condujo a una orden judicial de desalojo y como muchos volvieron la espalda pero aparecieron otros

AMIGOS EN TIEMPOS DIFICILES

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PREMIO LITERARIO 'REINALDO ARENAS, DE CREATIVIDAD INTERNACIONAL 2023'

En el 2023, su 9va versión, el ganador ha sido Carlos Fidel Borjas.

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Libros de Ismael Lorenzo

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Ismael Lorenzo

‘Años de sobrevivencia’, es la continuación de las memorias comenzadas en ‘Una historia que no tiene fin', y donde se agregan relatos relacionados a su vida de escritor y a su obra 

Años de sobrevivencia

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Madame Carranza

Renée Pietracconi

La novela basada en hechos reales relatados por Josefina, tía abuela de Renée y añadiendo un poco de ficción para atraparnos en historias dentro de historia

Madame Carranza

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